A música e o envelhecimento

Assim como uma caminhada rápida proporciona exercício para o corpo, a música atua como um exercício para a mente. Estudos descobriram que a música alivia o estresse e reduz a ansiedade, a depressão, a agitação e a raiva, além de retardar o declínio cognitivo em pessoas idosas. 



Tudo indica que o cérebro adora música. A musicoterapeuta neurológica Kimberly Moore colocou desta forma: “O cérebro se ilumina como uma árvore de Natal quando se ouve música. A música é realmente um estímulo muito complexo podendo ser usada de forma intencional para o bem-estar geral.” Assim, a música é uma ferramenta extremamente útil para manter o cérebro envolvido durante o processo de envelhecimento.


Também pode ajudar com outros problemas de saúde relacionados à idade, como hipertensão, má qualidade do sono, baixa agilidade mental e memória.


Como estimula o cérebro
A música oferece benefícios para ouvintes de todas as idades. Uma das principais razões é que o cérebro gosta de estímulos, e a música proporciona isso muito bem. A conexão positiva começa com as vibrações que a música cria. 


Uma vez no canal auditivo, as notas musicais “fazem cócegas no tímpano” e são transmitidas por meio de sinais elétricos que viajam através do nervo auditivo até o tronco cerebral, onde são reunidas no que todos entendemos como música. 


Para chegar a esse ponto, o cérebro deve realizar muitos cálculos para entender esses sinais eletrônicos. Isso é bom para o cérebro de várias maneiras. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins identificaram três áreas principais nas quais a música é benéfica: criatividade, memória e humor.

Benefício da música para idosos

Criatividade - O efeito da música na criatividade e no desempenho de tarefas tem sido objeto de estudo em várias áreas. A música de fundo auxilia na resolução de problemas aumentando potencialmente a criatividade, gerando estado de fluxo, aumentando a disposição para explorar diferentes abordagens e soluções. 


Certos tipos de música podem estimular a mente e melhorar a capacidade de pensamento divergente, que é a habilidade de gerar uma variedade de ideias e soluções, inspirando novas conexões e perspectivas. Além disso, ao ouvir uma música desconhecida, a nova música desafia o cérebro enquanto ele trabalha para compreender um novo som.

 
Memória – As músicas favoritas estimulam a memória de várias maneiras. Quando uma música fica “presa na cabeça”, tem-se uma ideia de como a música fica facilmente enraizada em nossa memória. O pesquisador Daniel Levitin observou que a música da nossa adolescência está fundamentalmente interligada com a nossa vida social e, portanto, tem poder sobre as nossas memórias. 


Isso ocorre porque há algo profundamente significativo nesse período de nossas vidas. Pesquisas mostram que a nostalgia desencadeada pelas nossas músicas favoritas não é apenas uma lembrança fugaz de tempos passados. A música literalmente traz os nossos cérebros adultos de volta às paixões da nossa juventude.


Para idosos com declínio cognitivo relacionado com a idade – como doença de Alzheimer, demência ou doença de Parkinson – a música tem o poder de realmente trazer de volta memórias, retardar o declínio cognitivo relacionado com a idade e melhorar a velocidade de processamento cognitivo. E, uma vez que as memórias musicais são uma das últimas coisas afetadas pela doença de Alzheimer e pela demência, a música pode ser usada para ajudar a dar aos idosos um “impulso cognitivo”.


Humor – De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, a música tem o poder de evocar fortes emoções positivas e melhorar o humor. Já está comprovado que a música pode diminuir o nível de cortisol, um hormônio liberado em situações de estresse e ansiedade. 


Pesquisas demonstraram que a música clássica pode reduzir os níveis de cortisol, independentemente das preferências musicais dos ouvintes. Ouvir música também pode desencadear outras reações químicas no cérebro, estimulando sentimentos positivos.


Prazer e conexões
A música pode ser altamente motivadora durante qualquer tipo de exercício, incluindo caminhada, ciclismo e exercícios com pesos. A música certa pode encorajar idosos com diferentes níveis de condicionamento físico a praticarem mais atividade física.

 
A música facilita a comunicação com os idosos, pois proporciona compartilhamento de experiências positivas. As atividades relacionadas com a música, como dançar, cantar, tocar instrumentos musicais, ouvir música e assistir a espetáculos musicais, estimulam discussões e melhoram a comunicação e as capacidades linguísticas. Também pode abrir vias de comunicação e interação que de outra forma não estariam disponíveis.

 
Portanto, a música é capaz de proporcionar prazer, conectar diferentes gerações, resgatar memórias e unir as pessoas. E como disse o filósofo Nietzsche: “Sem a música, a vida seria um erro”.

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